Imaginem que vivem e trabalham em Portugal.
A seguir pensem que são colaboradores de uma instituição pública.
Agora partam do princípio que são pessoas íntegras, honestas, profissionais e briosas.
Embora mais difícil acreditem que além disso são dotados de espírito crítico e que querem construir algo positivo, que têm dentro de vós um cidadão inquieto e activo, no fundo, um principezinho (de Saint-Exupéry) mas em ponto grande (em tamanho e em maturidade, embora não tanto!).
Será errado que sejam sinceros e frontais no vosso trabalho, que apresentem as vossas ideias e opiniões de forma clara e transparente? É pecado não estar de acordo mesmo que de forma respeitosa? É ultraje "acenar" com uma terceira via fundamentada sobretudo se o gesto for destemido? Não há espaço em Portugal, não há espaço nas instituições públicas portuguesas para demonstrar que o unanimismo bacoco e artificial que, (na generalidade) se vive, é isso mesmo, bacoco e artificial? É mesmo necessário que a "confiança política" (no sentido de lealdade acéfala, carneirista e bajuladora) seja o maior, senão o único, critério de progressão na carreira (quando existe carreira)? E mesmo que assim seja, será mesmo necessário "perseguir" "desalinhados"? Custa muito viver com a diferença? Causa assim tanta "mossa" a diversidade? Afinal, queremos Homens ou queremos ratos?
Hoje em dia o lápis azul mudou de cor, usa o espectro do arco-íris se for preciso para se camuflar numa tentativa de alcançar os fins para os quais foi criado sem que para isso se descubra que ele está lá. Mas está. E proeza das proezas, socorre-se até dos instrumentos do estado de direito para condicionar e no limite até calar! Este é um lápis especial que zela continuamente pela protecção dos animais mas não todos, apenas os ratos.
É difícil resistir, chega a ser penoso até porque a união faz a força e a união dos ratos parece à prova de bala. É sempre muito mais difícil juntar Homens que juntar ratos mas os exemplos de coragem, determinação e resiliência costumam ter um "efeito contágio" que permite afastar os ratos por algum tempo para que possamos respirar, endurecer as costas (que a próxima pancada não tarda), firmar os pés no chão (que antes partir que vergar) e deixar a cabeça sonhar que um dia será diferente. Até lá é preciso ir à luta e ganhar as batalhas que se nos impõem. Ganhar uma batalha destas é o melhor presente de aniversário. Não pela situação em si mesma mas simplesmente porque permite pensar que ainda há esperança e isso é um presente de valor inigualável.
Se algum dia vos tentarem perseguir por "delito de opinião", se alguma vez alguém pedir a um tribunal que vos pergunte apenas "Porquê?", "O que se passou?", "Porque fizeste ou não fizeste?" substituindo assim uma conversa franca, frontal e adulta, tende a certeza que estais perante um rato e crescei, erguei-vos sem medo mas também sem ingenuidade. Lutai com todas as "armas" que tiverdes ao vosso alcance e não vos deixeis "cair nas armadilhas". E já agora, reconhecei nessa batalha os Homens como vós (que os há também). Eles precisam de saber que não estão sozinhos e que há mais alguém que se recusa a baixar os braços. Confio em vós. Até ver, ASSUNTO ARQUIVADO!
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Bom fim de semana.
Coragem mundo... meu mundo!
Daniel Henriques escreve de acordo com a antiga ortografia

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